sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Espírito Santo



"Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar." João 16.13,14

Com exceção das Epístolas 2 e 3 de João, todos os livros do Novo Testamento contêm referências à obra do Espírito. No entanto, é reconhecida como a doutrina mais negligenciada. O formalismo e um medo indevido do fanatismo têm produzido uma reação contra a ênfase na obra do Espírito na experiência pessoal.
Naturalmente, este fato resultou em decadência espiritual, pois não pode haver um Cristianismo vivo sem o Espírito. Somente ele pode fazer real o que a obra de Cristo possibilitou.

A natureza do Espírito Santo

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?

Pode-se estabelecer a veracidade de que, o Espírito Santo é Deus, com base na Escritura segundo uma linha de comprovações:
(1) São-lhe dados nomes divinos, Êxodo 17.7 (compare com Hebreus 3.7-9); Atos 5.3,4; 1 Co 3.16; 2 Tim 3.16; 2 Pe 1.21.
(2) São lhe atribuídas perfeições divinas, como onipresença, Sl 139.7-10; onisciência, Is 40.13,14 (compare com Romanos 11.34); 1 Co 2.10,11; onipotência, 1 Co 12.11; Romanos 15.19, e eternidade, Heb 9.14.
(3) Ele realiza obras divinas, como a criação, Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; renovação providencial; Salmos 104.30; regeneração,
João 3.5,6, Tito 3.5; e a ressurreição dos mortos, Romanos 8.11.
(4) É-lhe prestada honra divina, Mateus 28.19; Romanos 9.1; 2 Co 13.13.

Todas as informações disponíveis na Bíblia apontam para o fato de que o Espírito Santo é uma pessoa divina.
Ele tem as mesmas características pessoais que o Pai e o Filho.
Na qualidade de Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo é Deus e possui, é óbvio, os mesmos atributos de Deus. Com Deus Pai e Deus Filho participou da Criação. É Ele quem distribui os dons espirituais e ministeriais, segundo a Sua soberana vontade. O Espírito Santo habita no crente. (Gênesis 1.2; Salmos 139.7; Atos 5.3-4; Romanos 15.19; l Coríntios 2.10; Jó 33.4).
Quem é o Espírito Santo? A resposta a esta pergunta encontrar-se-á no estudo dos nomes que lhe foram dados, os símbolos que ilustram suas obras.

Espírito de Deus. O Espírito é o executivo da Divindade, operando tanto na esfera física como na moral. Por intermédio do Espírito, Deus criou e preserva o universo. Por meio do Espírito — "o dedo de Deus" (Lucas. 11:20) — Deus opera na esfera espiritual, convertendo os pecadores, santificando e sustentando os crentes.

É o Espírito Santo divino, Deus?
Sim. Prova-se sua divindade pelos seguintes fatos: Atributos divinos lhe são aplicados; ele é eterno, onipresente, onipotente, e onisciente (Heb. 9:14; Sal. 139:7-10; Lucas. 1:35; 1 Cor. 2:10,11). Obras divinas lhe são atribuídas, como sejam: criação, regeneração e ressurreição (Gen. 1:2; Jo 33:4; João 3:5-8; Romanos. 8:11). é classificado junto com o Pai e o Filho (1 Cor. 12:4-6; 2 Cor. 13:13; Mat. 28:19; Apoc. 1:4).

O Espírito Santo é uma pessoa ou é apenas uma influência, ou poder?
Muitas vezes descreve-se o Espírito duma maneira impessoal — como o Sopro que preenche, a Unção que unge, e o Fogo que ilumina e aquece, a Água que é derramada e o Dom do qual todos participam. Contudo, esses nomes são meramente descrições das suas operações. Descreve-se o Espírito duma maneira que não deixa dúvida quanto à sua personalidade.

Se o Espírito Santo é uma pessoa Divina, e portanto é desconhecido ou ignorado como tal, está sendo privado do amor e da adoração que Lhe são devidos. Se, por outro lado, entretanto, Ele é apenas uma influência, uma força ou um poder que emana de Deus, estaríamos praticando idolatria ou falsa adoração.

É necessário decidirmos se o Espírito Santo é um poder ou força que nos compete obter e usar, ou se Ele é uma Pessoa da Divindade, que tem o direito de controlar-nos e usar-nos. O primeiro conceito leva à auto-exaltação e à altivez, mas o segundo conceito nos conduz à auto-humilhação e à auto-renúncia.

O Espírito Santo veio, aos discípulos e a nós, para ser aquilo que Jesus Cristo foi para aqueles durante os dias de Seu contato pessoal com eles (João 14:16,17)

Ele exerce os atributos de personalidade:
mente (Romanos. 8:27); vontade (1 Cor. 12:11); sentimento (Efés 4:30). Atividades pessoais lhe são atribuídas: Ele revela (2 Pedro 1:21); ensina (João 14:26); clama (Gál. 4:6); intercede (Romanos. 8:26); fala (Apo. 2:7); ordena (Atos 16:6,7); testifica (João 15:26). Ele pode ser entristecido (Efés. 4:30); contra ele se pode mentir (Atos 5:3), e blasfemar (Mat. 12:31,32). Sua personalidade é indicada pelo fato de que se manifestou em forma visível de pomba (Mat. 3:16) e pelo fato de que ele se distingue dos seus dons (1 Cor. 12:11). Alguns talvez tenham negado a personalidade do Espírito porque ele não é descrito como tendo corpo ou forma.
Mas é preciso distinguir a personalidade e a forma corpórea (possuir corpo). A personalidade é aquilo que possui inteligência, sentimento e vontade; ela não requer necessariamente um corpo. Além disso, a falta duma forma definida não é argumento contra a realidade. O vento é real apesar de não possuir forma. (João 3:8.) Uma rocha, pedra ou árvore tem forma, contundo não é uma pessoa. Não é difícil formar um conceito de Deus Pai ou do Senhor Jesus Cristo, mas alguns têm confessado certa dificuldade em formar um conceito claro do Espírito Santo. A razão é dupla: Primeiro, nas Escrituras as operações do Espírito são invisíveis, secretas, e internas; segundo, o Espírito Santo nunca fala de si mesmo nem apresenta a si mesmo. Ele sempre vem em nome de outro.
Ele se oculta atrás do Senhor Jesus Cristo e nas profundezas do nosso homem interior. Ele nunca chama a atenção para si próprio, mas sempre para a vontade de Deus e para a obra salvadora de Cristo. "não falará de si mesmo" (João 16:13).

É o Espírito Santo uma personalidade distinta e separada de Deus?
Sim; o Espírito procede de Deus, é enviado de Deus, é dom de Deus aos homens. No entanto, o Espírito não é independente de Deus. Ele sempre representa o único Deus operando nas esferas do pensamento, da vontade, da atividade. O fato de o Espírito poder ser um com Deus e ao mesmo tempo ser distinto de Deus é parte do grande mistério da Trindade.


Espírito de Cristo. (Romanos. 8:9.) não há nenhuma distinção especial entre as expressões Espírito de Deus, Espírito de Cristo, e Espírito Santo. Há somente um Espírito Santo, da mesma maneira como há somente um Deus e um Filho. Mas o Espírito Santo tem muitos nomes que descrevem seus diversos ministérios. Por que o Espírito é chamado o Espírito de Cristo?
1) Porque ele é enviado em nome de Cristo (João 14:26).
2) Porque ele é o Espírito enviado por Cristo. O Espírito é o princípio da vida espiritual pelo qual os homens são nascidos no reino de Deus. Essa nova vida é comunicada e mantida por Cristo (João 1:12,13; 4:10; 7:38), que também batiza com o Espírito Santo (Mat. 3:11). (3) O Espírito Santo é chamado Espírito de Cristo porque sua missão especial nesta época é a de glorificar a Cristo (João 16:14). Sua obra especial acha-se em conexão com aquele que viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu ao céu. Ele torna real nos crentes o que Cristo fez por eles.

O Cristo glorificado está presente na igreja e nos crentes pelo Espírito Santo. Ouve-se sempre que o Espírito veio tomar o lugar de Cristo, mas é mais correto dizer que ele veio tornar real a Cristo. O Espírito Santo torna possível e real a onipresença de Cristo no mundo (Mat. 18:20) e sua habitação nos crentes. A conexão entre Cristo e o Espírito é tão íntima, que se diz que tanto Cristo como também o Espírito habitam no crente (Gal. 2:20; Romanos. 8:9,10); e o crente está tanto "em Cristo" como "no Espírito".

O Consolador. Esse é o título dado ao Espírito no Evangelho de João, capítulos 14 a 17.
O Espírito Santo é chamado "outro" Consolador porque seria ele, em forma invisível aos discípulos, justamente o que Jesus lhes havia sido em forma visível. A palavra "outro" faz distinção entre o Espírito Santo e Jesus; no entanto, coloca-os no mesmo nível. Jesus enviou o Espírito; mas, Jesus vem espiritualmente a seus discípulos pelo Espírito.
Cristo, cuja esfera de ação é no céu, defende os discípulos contra as acusações do "acusador dos irmãos". Ao mesmo tempo o Espírito, cuja esfera de ação é na terra, faz calar os adversários da igreja pela vitória da fé que vence o mundo.

Espírito Santo. Ele é chamado santo, porque é o Espírito do Santo, e porque sua obra principal é a santificação. Necessitamos dum Salvador por duas razões: para fazer alguma coisa por nós, e alguma coisa em nós. Jesus fez o primeiro ao morrer por nós; e pelo Espírito Santo ele habita em nós, transmitindo às nossas almas a sua vida divina. O Espírito Santo veio para reorganizar a natureza do homem e para opor-se a todas as suas tendências más.

Espírito da verdade. O propósito da Encarnação foi revelar o Pai; a missão do Consolador é revelar o Filho. Ao contemplar-se um quadro a óleo, qualquer pessoa notará muita beleza de cor e forma; mas para compreender o significado intrínseco do quadro e apreciar o seu verdadeiro propósito precisará de um intérprete experiente. O Espírito Santo é o Intérprete de Jesus Cristo. Ele não oferece uma nova e diferente revelação, mas abre as mentes dos homens para verem o mais profundo significado da vida e das palavras de Cristo. Como o Filho não falou de si mesmo, mas falou o que recebeu do Pai, assim o Espírito não fala de si mesmo, como se fosse fonte independente de conhecimento, mas declara o que ouviu daquela vida íntima da Divindade.

Origem do Espírito Santo
Registra as sagradas escrituras, que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Isto se testemunha com tanta frequencia no Novo Testamento, que não o pode¬mos pôr em dúvida. Assim Ele é chamado de Espírito do Pai como também de Espírito de Cristo. (Romanos 8:9 / Felip 1:19 / 1 Pedro 1:11/ João 16: 13-15 / Gal 4:6) outras referencias (1 Cor 2:11 / João 20:22 / João 14:18).
O Espírito Santo procede do Pai (João 15:26-27). Cristo por ser filho de Deus, e de natureza igual a do Pai, O Espírito Santo também procedeu de filho.
Deus de nada teve origem. Jesus teve origem em Deus; foi gerado. O Espírito Santo veio a existência pelo Deus Pai e Deus Filho. Não são vários Espíritos Santos, mas um só Espírito. Um único ser procedeu de dois; Pai e Filho. Por isso é chamado nas escrituras sagradas de Espírito de Deus e Espírito de Cristo. Esse é um mistério que a mente humana e limitada não pode alcançar. Tão misterioso e incompreensivo é a origem de Deus Pai , Deus filho e também de Deus Espírito Santo.

O CRENTE E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
Vamos ler Gálatas 5.22,23.

AMOR – Este é o amor de Deus, o ágape. ( João 3.16) o amor altruísta. Ele pode amar até os inimigos. Este amor é concedido ao crente no ato da conversão e recebimento do Espírito de Deus. (Romanos 5.5) Esse amor é Vertical (Deus) e Horizontal (Próximo). (Mc 12.30,31) “O amor é a base de todo relacionamento perfeito no céu e na terra.”2 (I João 4.7-12)
ALEGRIA – Esta é a alegria que vem do Senhor, independente das circunstâncias. (Jo 16.22) É experimentada na vida do Crente, através da certeza que ele tem de que foi liberto pela Graça de Deus. (Jo 8.32; 8.36).
PAZ – O que é Paz? “Paz é uma atitude de serenidade, calma e força, tranqüilidade e quietude de espírito, produzida pelo Espírito santo, mesmo na adversidade e nas tribulações.”3 Esta paz é prometida ao Crente por Cristo. (Jo 14.27) Ela vem do amor a Palavra de Deus. (Sl 119.165) O crente precisa buscar esta paz. (Sl 34.14)
LONGANIMIDADE – É a qualidade vivida pelo Crente que produz o Fruto do Espírito, onde Deus lhe concede a perseverança necessária diante das pessoas que erram e pecam lutando contra este servo de Deus. A longanimidade leva o crente a esperar que estas vidas sejam transformadas pelo poder de Deus. O Crente deve andar com longanimidade (Ef.4.2) e revestir-se de longanimidade. (Cl 3.12).
BENIGNIDADE – A palavra benignidade está associada a idéia de bondade, brandura; está ligadas também ao amor, compaixão e misericórdia. (Ef. 4.32) Deus é Benigno (Lucas 6.35).
BONDADE – Bondade é a qualidade de bom. Deus é o maior exemplo de bondade. Esta qualidade que ó Espírito concede ao servo de Deus, é exercida através da generosidade em ação em relação ao seu semelhante. (Ef. 4.32).
FIDELIDADE – Fidelidade vem da palavra “fiel”, que quer dizer leal, honrado, verdadeiro, que não falha. Daí também, pensarmos na confiabilidade total, na lealdade absoluta. Aquele que é digno de confiança. Devemos ser fieis a Deus, Sua Palavra e ao nosso próximo. Deus é Fiel. (Sl 119.90), a fidelidade do Crente deve ser até a morte. ( Ap. 2.10).
MANSIDÃO – Na mansidão a força e a brandura estão juntas. Traz a idéia de serenidade, tranqüilidade. A Bíblia diz que “os mansos herdarão a terra”... (Sl 37.11). O Crente deve andar em “toda a humildade e mansidão”. (Ef. 4.1,2). Deve também estar revestido de mansidão. (Cl 3.12)
DOMÍNIO PRÓPRIO – Ao exercer o Crente o domínio próprio, evidencia-se o autocontrole. A autodisciplina, a temperança e a moderação. Nos momentos conflitantes onde normalmente onde se perderia o controle, todo o querer pessoal deste crente fica sob o domínio de Cristo. (Fl 4.5)

Para sabermos se na vida do Crente a Plenitude do Espírito é real, é necessário que se observe se nesta vida há a manifestação do Fruto do Espírito. Em Gálatas 2.20, lemos que já não é mais o Crente que vive, mas Cristo vivendo nele. Quando Cristo reina soberanamente na vida do Crente, sem dúvida ele produzirá o Fruto do Espírito.

O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A atuação do Espírito Santo não se limita ao período do Novo Testamento. Ele está presente e atuante na história da humanidade desde a criação. "No princípio criou Deus os céus e a terra. (...) e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas" (Gn 1.1,2). Mas, no Antigo Testamento o Espírito Santo era dado a pessoas especiais para tarefas especiais. Ele era dado, mas também podia ser retirado dessas pessoas. Ele atuava nas pessoas que Deus escolhia para tarefas especiais, capacitando e equipando-as para a obra que deviam realizar.
Ele estava sobre Moisés e Josué, quando eles guiavam o povo de Israel para a terra prometida. Foi ele quem deu habilidade a Bezalel para fazer as obras de artes para o tabernaculo (Êxodo 35.31). Foi ele quem capacitou os setenta anciãos para ajudarem a Moisés (Nm 11.16-25). Foi ele quem revestiu os juízes de poder e autoridade para libertar e julgar o povo de Israel (Juízes 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 14.6,19; 15.14). Quando Saul e Davi foram ungidos reis, o Espírito Santo veio sobre eles para qualificá-los para a importante missão (1Sm 10.6,10; 16.13,14).
O Espírito Santo falou através dos profetas (Ne 9.30). Inspirou os escritores da Bíblia Sagrada (2Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Mas foi no dia de Pentecostes que Ele veio para ficar para sempre com o povo de Deus. "É importante notar a linguagem empregada no Antigo e Novo Testamentos. No Antigo se diz que o Espírito Santo vinha sobre indivíduos. No Novo – e a partir do
Pentecostes – o espírito Santo habita nas pessoas. No Antigo Testamento o Espírito Santo vinha sobre seres humanos e fazia uso deles. No Novo, o Espírito Santo habita no crente e estimula-o a realizar de coração a vontade de Deus.

O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE JESUS
O Espírito Santo agiu e sempre agirá em função do pacto da redenção. Ele preparou o caminho para a vinda do Salvador, esteve com ele em sua vida, morte e ressurreição. Ele está conosco como selo e "penhor da nossa redenção" (Ef 1.14). O Espírito Santo exerceu um papel de grande importância na vida e no ministério de Jesus. Ele foi gerado no ventre da virgem Maria pelo Espírito Santo. Quando o anjo disse a Maria: "Eis que (tu) conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus" (Lc 1.31). Ela respondeu: "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo:
Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lc 1.34,35). Jesus, como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade sempre existiu; mas como homem ele passou a existir a partir do momento em que foi gerado pelo Espírito Santo. João Batista veio como precursor de Jesus, para preparar-lhe o caminho. Ele foi preparado para isto, sendo cheio do Espírito Santo desde o ventre materno (Lc 1.15).

Toda a vida terrena de Jesus foi vivida sob a ação do Espírito Santo. Quando ele foi batizado por João Batista, o Espírito Santo desceu sobre ele em forma de pomba (MATEUS 3.13-17). "A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mateus 4.1). E, com a assistência do Espírito Santo, ele venceu o tentador. Quando expulsava demônios, Jesus o fazia pelo poder do Espírito (Mateus 12.28). Seus milagres eram feitos pela unção do Espírito (Lc 4.18; At 10.38). Jesus se ofereceu como sacrifício por nós, sob a assistência do Espírito Santo (Hb 9.14). E por fim, o Pai, por intermédio do Espírito Santo. "ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos" (Romanos 8.11). Jesus declarou: "O Filho nada pode fazer de si mesmo" (João 5.19). Quando disse isso, ele se referia ao seu relacionamento com o Pai. Mas essas mesmas palavras lançam luz
sobre a dependência que o Filho tinha do Espírito Santo.

O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DOS APÓSTOLOS
A atuação do Espírito Santo sobre os apóstolos, antes do dia de Pentecostes, é bem semelhante à atuação do Espírito no Antigo Testamento. Quando Jesus prometeu aos discípulos o Consolador, disse-lhes: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós" (Jo 14.16,17). Embora o Espírito Santo habitasse com os apóstolos, ele ainda não estava para sempre com eles. Como no Antigo Testamento, a presença do Espírito ainda não era uma dádiva permanente. Embora o Espírito Santo já habitasse com os apóstolos, logo após a ressurreição Jesus "soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22). Mas essa ainda não era a posse definitiva do Espírito. Jesus havia acabado de comissioná-los para pregar o evangelho e exercer autoridade espiritual. E, a seguir, deu-lhes o Espírito Santo como equipamento para realizarem a tarefa que haviam recebido. O Espírito Santo só habitaria permanentemente nos apóstolos após a glorificação de Jesus (Jo 7.39). Ele precisaria ir para o Pai para que o Espírito viesse. Ele disse aos discípulos: "Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (Jo 16.7).

A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTES
No dia de Pentecostes o Espírito Santo veio para ficar para sempre com os servos de Jesus Cristo, conforme ele havia prometido (Jo 14.16). O livro de Atos dos Apóstolos registra que "ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um som como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem" (At 2.1-4).

Como era um dia especial para os judeus, Jerusalém estava cheia de pessoas de diferentes países. Alguns eram judeus nascidos fora da Palestina. Outros eram prosélitos do judaísmo. Uma enorme multidão dirigiu-se para o local onde os apóstolos estavam. E o maravilhoso é que os apóstolos receberam o dom de falar línguas que não conheciam, e assim cada pessoa ouvia a pregação do evangelho em sua própria língua materna. "Estavam, pois, atônitos, e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna ... as grandezas de Deus? (At 2.7,8,12). As "línguas como de fogo" que pousaram sobre cada um deles pode ter sido um
meio que Deus usou para dissipar a desconfiança que, possivelmente, existia no grupo. Judas Iscariotes tinha traído o Mestre; Pedro o negara; e Tomé a princípio descreu da sua ressurreição.

Por isto, podia haver um clima de desconfiança dentro do grupo. Sem um sinal visível de que cada um recebera o Espírito Santo, um poderia questionar se o outro também o tinha recebido. Com aquela manifestação visível ficou patente que todos receberam o Espírito. E as línguas que passaram a falar eram símbolo da universalização do evangelho. Em Babel, Deus havia confundido a linguagem do povo; por causa da rebeldia contra o Criador, cada um passou a falar uma língua que o outro
não entendia; e assim foram dispersos pela terra (Gn 11.1-9). Mas agora estava sendo inaugurada uma nova era de salvação, e todos podiam ouvir as grandezas de Deus em sua própria língua.

O QUE SIGNIFICA BLASFEMAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO? O CRENTE
PODE FAZER ISTO?
Primeiramente, entenda-se como blasfemar: insultar, afrontar, injuriar, difamar. Noutras palavras, é uma ofensa extremamente grave. O versículo que fala do assunto está em Mateus 12.31: ‘PORTANTO, EU VOS DIGO: TODO PECADO E BLASFÊMIA SE PERDOARÁ AOS HOMENS, MAS A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO NÃO SERÁ PERDOADA AOS HOMENS.”
A Bíblia de Estudo Pentecostal explica: “A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição contínua e deliberada do testemunho que o Espírito Santo dá de Cristo, da sua Palavra e da sua obra de convencer o homem, do pecado (cf. João 16.7-11). Aquele que rejeita a voz do Espírito se opõe a ela, afasta de si mesmo o único recurso que pode levá-lo ao perdão; o Espírito Santo”. A blasfêmia contra o Espírito se caracteriza por uma posição de rejeição - de forma intencional, proposital e
deliberada do perdão oferecido por Cristo. O simples fato de o crente ficar a meditar se alguma vez cometeu esse
pecado é uma evidência de que não o cometeu. Aquele que blasfema está com o coração endurecido e não se arrepende de seus atos.

O ESPIRITO SANTO PODE SER TIRADO DO CRENTE?
O Espírito Santo jamais se afasta do crente fiel (Romanos 8.9; 1 Coríntios 3.16; 6.19). Todavia, o Espírito se retira quando a fé é abandonada; quando a voz do Espírito não mais é ouvida; quando os corações ficam endurecidos a tal
ponto que não há mais possibilidade de arrependimento (Romanos 8.7-19). O Espírito Santo não se retira por qualquer pecado. Ele está em nós justamente para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo, e nos levar ao arrependimento. Mas se continuarmos na rebeldia, sem sincero propósito de deixarmos o pecado, já não seremos membros do Corpo de Cristo: “SE PECARMOS VOLUNTARIAMENTE, DEPOIS DE TERMOS RECEBIDO O CONHECIMENTO DA VERDADE, JÁ NÃO RESTA MAIS SACRIFÍCIOS PELOS PECADOS, MAS UMA CERTA EXPECTAÇÃO HORRÍVEL DE JUÍZO E ARDOR DE
FOGO, QUE HÁ DE DEVORAR OS ADVERSÁRIOS” (Hebreus 10.26-27; Juízes 16.20).O rei Davi, após cometer o terrível pecado de adultério, e tendo sido co-autor de um homicídio, clamou a Deus: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmo 51.11). Perder o Espírito Santo significa perder a salvação. Para não perdermos a salvação devemos continuar ligados à Videira Verdadeira. Leiam: João 15.6; Colossenses 1.23; 1 Coríntios 15.2; Hebreus 2.3; 3.14; 10.38; 1 João 1.7.

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

A SALVAÇÃO DEPENDE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?
Não. Somos salvos pela graça de Deus, mediante a nossa fé (Efésios 2.8). O crente, quando verdadeiramente se converte ao evangelho de Jesus Cristo e se volta para Deus, ele recebe instantaneamente o Espírito Santo, selo da Salvação em Jesus Cristo. O batismo com O Espírito Santo é um revestimento de poder (atos 1:8), que segue dons espirituais; embora, uma pessoa cheia do Espírito Santo possa ser usada por Deus em dons, tais como: cura, revelação, visão, etc. Porém, não como uma pessoa batizada com Espírito Santo, que possuí dons que não são dados a pessoas não batizadas no Espírito, tais como: falar em línguas, profetizar, interpretação de línguas, etc. (1 Coríntios 12:1-11)
O novo nascimento é o único ato pelo qual alguém pode entrar no reino de Deus (Jo.3:5). Trata-se de um ato
sobrenatural, espiritual, que é levado a efeito pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus.

Quem batiza com Espírito Santo?
Jesus Cristo: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mateus
3.11-c). Leia Atos 2.32-33.
O batismo com Espírito Santo depende do esforço e do mérito humano? Não. O Batismo é uma dádiva de Deus. O ser humano evidentemente precisa estar em processo de comunhão com Deus. Deus não vai batizar ninguém com Espírito Santo que esteja vivendo no pecado ou que não queira. Então é necessário que se peça e queira, que se busque o batismo no Espírito Santo, mas não depende do esforço pessoal e muito menos da vontade do pastor. Vemos às vezes pastores dizendo: Vem hoje que você vai receber o Espírito Santo. O Espírito Santo é um dom de Deus, não é por merecimento. Existem evidencias de pessoas que foram batizadas com Espírito Santo, antes mesmo de aceitar a Cristo ou se converter, provando mais uma vez que o batismo com Espírito Santo é um dom e não é por merecimento. Porém, esses casos de batismo em pessoas que não eram ainda convertidas, foram obras especificas realizadas por Deus para um determinado propósito e em todos os casos, essas pessoas se converteram instantaneamente a Jesus Cristo, largando o pecado e obedecendo a Palavra de Deus. Porém não é regra geral esses acontecimentos, são casos raros.
Falar em línguas é evidência de ser batizado com Espírito Santo?
A Bíblia nos dá exemplos de que o falar em línguas estranhas é uma evidência física e audível da plenitude do Espírito em nós, o que é confirmado pela experiência de milhões de batizados.
Há três passagens no livro de Atos que falar em línguas era acompanhado pelo recebimento do Espírito Santo (Atos 2:4; 10:44-46; 19:6). A história da Igreja desde seu inicio e a experiência dos crentes, provam que o sinal do batismo com Espírito é o falar em línguas estranhas.

HÁ DIFERENÇA ENTRE BATISMO EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO
SANTO, E O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?
Há. O batismo no Espírito Santo é diferente de Novo Nascimento, Regeneração, batismo nas águas ou em nome de Jesus. O exemplo mais claro dessa distinção está em Atos 8. Vejamos:
• "Ouvindo os apóstolos que estavam em Jerusalém que Samaria recebera a
palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João;
• "Quando chegaram, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo";
• "Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus".
• "Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo".

DONS DO ESPÍRITO SANTO

OS DONS SÃO PARA HOJE OU NÃO?

PARA OS GRUPOS CARISMÁTICOS E PENTECOSTAIS, A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS É UM FATO INCONTESTÁVEL. MAS NÃO OCORRE A MESMA COISA NAS IGREJAS CHAMADAS DE HISTÓRICAS OU TRADICIONAIS. NESTAS, A NÃO-ACEITAÇÃO DA ATUALIDADE DOS DONS SEMPRE FOI MOTIVO DE DISCUSSÕES E DIVISÕES.

Para alguns teólogos, os dons eram apenas para os dias apostólicos, para a igreja primitiva. Quem pensa dessa maneira toma por base o texto de 1Co 13: 8-10. A expressão “quando vier o que é perfeito”, no v. 10, significaria que, ao cessar a era apostólica, ou quando estivesse completo o cânon do Novo Testamento, também cessariam os dons. Contudo, a crença de que os dons eram apenas para o primeiro século da era cristã não é unanimidade nem mesmo dentro das igrejas históricas. Os argumentos favoráveis à existência dos dons para os nossos dias são muito mais convincentes. Há em 1Co 13: 8-10 uma clara referência à volta de Cristo. Só após a segunda vinda de Cristo é que não mais precisaremos usar os dons.
Jesus prometeu capacitar os crentes para a pregação da Palavra, Lc 10: 19. A história da Igreja confirma o uso dos dons.

A diversidade de dons
Os dons têm sua origem na ação do Espírito Santo, 1Co 12: 1-11. Ele é quem os distribui soberanamente aos crentes, com objetivos específicos, 1Co 12: 7, 11. Geralmente, ao estudarmos os dons espirituais nos prendemos àqueles mencionados em 1Co 12.
Mas há diferentes listas de dons no Novo Testamento: Romanos 12: 6-8: profetizar, ministrar, exortar, contribuir, presidir e exercer misericórdia. O contexto desses versículos enfatiza que todos somos membros do Corpo de Cristo e dependemos uns dos outros. Cada crente contribui para o crescimento do Corpo, usando o dom específico que tem recebido. Efésios 4: 11-16: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres. Através desses ministérios os crentes são equipados para o serviço. À proporção que cada um presta sua contribuição, todo o corpo vai sendo edificado, v. 12, e cada membro em particular vai crescendo e adquirindo maturidade espiritual, vv. 13-16.
1Coríntios 12: 4-10: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas. Essa passagem, juntamente com os vv. 28 a 31, se complementa ao narrar os dons do Espírito Santo. No v. 7 o apóstolo ensina duas grandes lições. A primeira é de que o Espírito concede dons a cada crente: “a manifestação do Espírito é concedida a cada um...”. Outra lição é a do fim proveitoso dos dons. Não há distribuição de dom sem finalidade específica.555551Coríntios 12: 28: apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governar, variedades de línguas. 1Pedroro 4: 10-11: falar, servir. O objetivo dessa passagem é acentuar que, se o crente recebe um dom espiritual, deve empregá-lo a serviço dos outros membros, conforme o poder de Deus e para a glória do Senhor.